Frio intenso pode afetar o coração; veja como reduzir os riscos da vasoconstrição (2024)

Assim como o nosso corpo, o coração também sente frio e pode ser afetado pela queda de temperatura. O frio pode aumentar em 30% os riscos de infarto e de Acidente Vascular Cerebral (AVC), segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Mas esses riscos não estão relacionados a qualquer friozinho (ou para qualquer pessoa). Pacientes com doenças crônicas, com predisposição a problemas cardíacos e pessoas com mais de 65 anos formam o grupo de maior risco.

“Existe um número mágico em torno de 15ºC. Abaixo dos 15ºC surge esse risco. No entanto, o frio sozinho não causa infarto e AVC em ninguém. Ele aumenta o risco em pessoas predispostas [hipertensos, diabéticos, colesterol alto, pessoas que já infartaram ou tiveram AVC]”, alerta Carlos Rassi, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília.

E por que isso acontece? São dois os motivos principais:

  • aumento da incidência de infecções respiratórias e
  • por causa da diminuição do calibre das veias (vasoconstrição) para manter o corpo aquecido.

A vasoconstrição é um mecanismo normal para aquecer o corpo. Esse espasmo das artérias pode contribuir para o rompimento das placas e provocar o entupimento das veias. Já a infecção inflama o corpo e essa inflamação pode chegar às artérias.

Cuidando do coração no frio

Não importa se está frio ou calor, devemos manter os hábitos saudáveis em todas as estações e temperaturas.

"Não é porque estamos no inverno que vamos deixar de nos exercitar, ou vamos nos alimentar mal. É preciso manter a alimentação mais saudável, a atividade física e os cuidados com a saúde", diz Rassi.

O cardiologista também reforça que é muito importante não fumar (uma das principais causas do infarto), beber água e controlar o colesterol, o diabetes e a pressão.

"Em temperaturas extremas, evite também o choque térmico. É importante manter a temperatura corporal estável para evitar a reação de vasoconstrição, manter as extremidades do corpo aquecidas", completa.

Os principais fatores de risco de infarto

Alguns fatores aumentam o risco de uma pessoa ter um infarto. São eles:

  • Tabagismo
  • Diabetes
  • Colesterol
  • Hipertensão
  • Sobrepeso
  • Sedentarismo
  • Histórico familiar
  • Estresse

“Os dois principais fatores são tabagismo e diabetes. A pessoa precisa parar de fumar e tratar o diabetes. Também precisa controlar o colesterol, cuidar da pressão, manter-se ativo por toda a vida e não só aos finais de semana”, alerta o cardiologista.

Como identificar o infarto

Os principais sintomas de um infarto são:

  • Dor no peito
  • Dor em outras partes do corpo — pode parecer que a dor está se espalhando do peito para os braços (geralmente o braço esquerdo é afetado, mas pode afetar ambos os braços), mandíbula, pescoço, costas e abdômen
  • Tontura e ansiedade
  • Falta de ar
  • Sudorese
  • Enjoo e dor de estômago

A principal recomendação é procurar o hospital mais próximo. Rapidez é fundamental para a sobrevivência do paciente. Na dúvida sobre os sintomas, é melhor ir ao médico.

VÍDEO: cardiologista fala sobre o risco de infarto no inverno:

Frio intenso pode afetar o coração; veja como reduzir os riscos da vasoconstrição (2)

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