Cuidar de Você 04 de Setembro de 2019
Com sintomas semelhantes aos da gripe e sinusite, a rinite é agravada quando há contato com poeira, ácaros e fungos.A maior parte da população brasileira sofre de algum tipo de alergia. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), esse percentual chega a 30%.
A rinite alérgica está entre os tipos mais comuns de alergia. Trata-se de uma inflamação aguda ou crônica do seio nasal, que também pode ser infecciosa, alérgica ou irritativa, caracterizada por sinais de obstrução, coriza, espirros e coceira.
A rinite alérgica é hereditária, ou seja, uma pessoa possui 50% de chance de desenvolvê-la se um dos pais for alérgico e 80% de chance caso ambos possuam a mesma alergia. Além disso, a rinite não é contagiosa.
Elementos alérgenos
Um forte indício de que você possui a doença é ser sensível a estes desencadeadores de crises:
- Ácaros;
- Poeira;
- Fungos;
- Plantas que soltam substâncias alérgicas. (Ex: cajueiro – florada do caju);
- Urina;
- Descamação da pele;
- Mofo;
- Perfume;
- Alguns alimentos;
- Mudanças bruscas de temperatura;
- Saliva de animais (cães e gatos);
- Fumaça de cigarro;
- Produtos de limpeza com cheiros fortes.
Quanto tempo dura uma crise alérgica?
Cada tipo de rinite tem sintomas e exige um tipo de tratamento específico, por ser causado por um agente diferente.
Rinite aguda:
Na maioria das vezes, causada por vírus, seus sintomas duram entre 7 e 10 dias;
Rinite crônica:
Induzida por exposição a elementos alérgenos, seus sintomas se estendem por mais de 3 meses.
Não confunda!O resfriado e a gripe são causados por vírus. A rinite aguda, na maioria das vezes, também é causada por vírus. Os casos crônicos, como a rinite alérgica, são induzidos por exposição a elementos alérgenos.
Como saber se tenho rinite?
Para ter um diagnóstico preciso, é necessário ser acompanhado por um médico otorrinolaringologista ou alergologista, que solicitará o auxílio de exames específicos como testes cutâneo-alérgicos, dosagem de lgE específica, rinometria acústica, citologia de secreção nasal e prova de provocação nasal.
Felizmente, a rinite alérgica é uma doença que pode ser prevenida e que tem várias formas de tratamento.
Você sabia? Todos os medicamentos para tratamento de rinite têm efeitos colaterais adversos, como sonolência e ganho de peso, por isso é importante seguir apenas a dosagem recomendada pelo médico. Os medicamentos variam entre descongestionantes, anti-histamínicos, estabilizadores de membranas e corticosteroides.
Lembre-se! É muito importante reconhecer os limites do seu corpo. Você, automaticamente, ficará menos produtivo ao ser acometido por uma crise de rinite e isso poderá afetar até seu desempenho profissional.
Existe vacina para rinite?
Esse é um outro recurso disponível para o tratamento das rinites alérgicas. Hoje, o uso de vacinas, a chamada imunoterapia, já é uma opção, dependendo do grau de rinite que o paciente apresenta.
Nesse caso, o tratamento é mais longo e, quando feito corretamente, reduz bastante a sensibilidade aos alérgenos. Porém, essa imunização só é indicada em casos mais graves que não respondem bem aos outros tratamentos.
Rinite tem cura?
Depende do tipo. Por ser causada devido a questões irritantes ou hormonais, a rinite aguda é curada com tratamento. No caso da rinite persistente, alérgica ou não alérgica, existe apenas tratamento e não cura, porém é possível amenizar bastante os sintomas.
É muito importante cuidar do ambiente para não ser atingido por ele. Pessoas alérgicas necessitam de ambientes limpos e com o mínimo de poeira possível, principalmente em casa e no trabalho.
A rinite alérgica é hereditária, podendo aparecer em qualquer momento da vida, ou seja, é possível que o paciente se torne sensível a uma substância que antes não o fazia mal.
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Como aliviar a rinite alérgica e prevenir novas infecções?
- Lave o nariz com soro fisiológico 0,9% pelo menos três vezes ao dia;
- Evite cheiros fortes em perfumes e produtos de limpeza;
- Não use descongestionantes em excesso, apenas por recomendação médica;
- Mantenha o ambiente arejado para evitar acúmulo de poeira e ácaros, especialmente os eletrodomésticos como ar-condicionado e ventilador;
- Ao sentir vontade de espirrar, espirre! Não evite espirros para não causar sangramentos nasais ou ruptura de membrana timpânica pela saída do ar pela tuba auditiva;
- Tenha uma alimentação balanceada para não ganhar peso.
Importante! Quem convive com a doença, precisa estar atento ao clima e se adaptar constantemente, já que a variação climática é um fator determinante para desencadear uma crise alérgica de rinite.
Outras medidas, naturais e econômicas, que ajudam na melhora dos sintomas da rinite alérgica:
- Banho quente;
- Inalação com soro para umidificar a mucosa;
- Nebulizações e irrigações são algumas opções de tratamento eficazes.
Cuidar dos olhos também é importante. Lave com soro fisiológico naqueles dias em que os olhos estão coçando e lacrimejando bastante e, claro, faça isso sempre que possível, não apenas em momentos de crise.
A maioria dos pacientes acometidos pela doença, ao acordarem pela manhã, por exemplo, apresenta crises por causa da diferença de temperatura que a cama aquecida provoca. Além disso, as pessoas com rinite alérgica apresentam dificuldades para respirar durante a noite, o que, consequentemente, acaba reduzindo a produtividade durante o dia.
Rinite ou sinusite? Saiba reconhecer a diferença
As duas são bastante semelhantes, principalmente por causarem obstrução e secreção nasal (coriza).
A sinusite é uma inflamação da mucosa que reveste os seios da face ou cavidades paranasais. Em casos mais graves, os sintomas podem chegar a dor na face, febre, tosse, especialmente à noite, dor na testa e nos olhos.
A diferença entre as duas também aparece na cor da secreção: na rinite, a secreção é transparente. Já na sinusite, costuma ser esverdeada ou amarelada, espessada, estando algumas vezes acompanhada por laivos de sangue.
RINITE ALÉRGICA | SINUSITE |
Predisposição genética | Pode aparecer a qualquer momento |
Não tem cura, apenas tratamento | Tem cura |
Atrelada à asma, dermatite, conjuntivite, prurido, obstrução, corrimento nasal, olhos vermelhos e lacrimejando | Provoca febre, tosse, dor nos seios da face e redução do paladar e do olfato |
Sensível à exposição alergênica | Em alguns casos, é necessário recorrer a intervenção cirúrgica |
Alterações como desvio do septo nasal e hipertrofia de conchas nasais | Infecção nos seios paranasais |
Espirros sequenciais | Possível mau hálito |
Pode durar mais de 3 meses | Pode durar até 12 dias |
Secreção transparente | Secreção esverdeada ou amarelada |
Exames de imagem como endoscopia rinossinusal, raio x e tomografia também podem ajudar a detectar a diferença entre as duas. Independente disso, é indispensável que você consuma bastante água e permaneça em ambientes arejados sempre que possível.
6 dicas para se prevenir!
Para não ser acometido pelo problema, algumas atitudes são recomendadas:
- Pare de fumar! O cigarro provoca a piora de alergias respiratórias;
- Realize atividade física de preferência aeróbica (ex: caminhada, ciclismo, corrida, etc). A natação é questionável por causa do cloro que é uma substância irritante para as mucosas.
- Prefira climatizadores de ar, pois eles possuem filtros que retiram o pólen e ácaros do ar, além de umidificarem o ambiente quando está seco;
- Utilize forros impermeáveis;
- Evite tapetes;
- Previna ratos e baratas. Eles também são fontes de alergia, por isso esvazie o lixo diariamente.
Conteúdo desenvolvido em parceria com o médico Dr. Luiz Dantas Filho (CRM 4952). Especialista em Otorrinolaringologia pela Universidade Federal do Ceará.